Resenha – Homer & Langley (E. L. Doctorow), por Malu Silva

Homer & Langley são uma dupla e tanto. Dois irmãos, um carregando traumas psicológicos após ter lutado na primeira guerra e outro com o trauma físico de ter perdido a visão. É este segundo, Homer, que narra esta história, e nos conta através dos sentidos que lhe restam as experiências que vive neste contexto desconjuntado. 

Se você pesquisar o nome dos dois, irá se surpreender ao descobrir que uma dupla bem semelhante à do romance de E.L. Doctorow realmente existiu. Com apenas algumas modificações, sendo a maior parte delas em relação à linha do tempo e os fatos históricos presentes no livro, o autor escreveu uma narrativa repleta de peculiaridades. A leitura remete a uma reconstrução intimista do dia a dia de dois irmãos excêntricos, moradores de uma mansão na Fifth Avenue, em Nova York, e que vão ano após ano se isolando em seu próprio universo.

“Langley, falei. Eu sou sua sombra? 

Na escuridão eu escutava. Você é meu irmão, disse ele.” p. 88

O livro remonta desde o período pós primeira guerra até o início da década de 80, e muitos acontecimentos da história têm seu impacto na vida dos personagens. Podemos ver os efeitos da segunda guerra, da crise econômica e até mesmo do movimento hippie dentro do enredo. Entretanto o seu ritmo é um tanto árido, o que em minha opinião se deve ao fato de o livro não ser dividido em capítulos e os diálogos serem incorporados dentro do próprio texto, sem muita distinção do restante da narrativa. 

Homer & Langley com certeza irá te proporcionar uma viagem no tempo e no espaço, provocando risadas em alguns momentos e angústia em outros. O que posso garantir é que este livro é diferente de tudo o que você já viu, pois há estranhezas inimagináveis na trajetória dos protagonistas.

 

Resenhado por Malu Silva, do blog Janela Literária

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