Criança de concreto, por Michele Melo
Criança de concreto
Se confunde com vigas,
paus, pedras, sarjetas.
Jogado ao vento,
Com fome em sua barriga,
Companheira do relento.
Menino de rua
Perto, longe, invisível,
Vive a realidade crua,
Desprezível
De onde veio?
– alguém pergunta.
Por que está aí?
– me questiono.
Como animal solto e sem dono
…
Vive vagando por ruas,
Becos, nas sombras,
É desprezível
É não-criança
É imprestável
Um grito:
É culpa sua!
(Ou nossa)
Michele Melo!
Espero que esse nome apareça muitas vezes por aqui!
Linda poesia, que reflexão. 🙁
É muito realista! Parabéns Michele Melo, tens uma visão holística!
Fiquei muito feliz em ter sido selecionada.
Sou uma escritora de Rondônia, com muita vontade de espalhar meus textos por aí.
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